sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

BONECOS DA GASTRONOMIA NO CENTRO CULTURAL DE ESTREMOZ


BONECOS DA GASTRONOMIA” é a Exposição de Bonecos de Estremoz, criados pelas Irmãs Flores, que de 18 de Outubro e até ao próximo dia 31 de Janeiro, estará patente ao público, na Sala de Exposições do Centro Cultural de Estremoz.
O conjunto de 36 bonecos, expostos recentemente na Cozinha dos Ganhões, será agora completado por 36 fotografias de José Cartaxo que os ilustram e pelas quadras que o Poeta António Simões para eles criou. Mais uma vez, gastronomia, barrística, fotografia e poesia dão as mãos, numa sinestesia que tem a ver com a nossa identidade cultural alentejana. Uma exposição a visitar.
O certame é da iniciativa da Associação Filatélica Alentejana e conta com o apoio da Câmara Municipal de Estremoz.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

PINTURA DE RUI ALVES NO CENTRO CULTURAL DE ESTREMOZ

Da esquerda para a direita, Hernâni Matos (presidente da AFA), Rui Alves (Pintor) e José Trindade (Vereador do Pelouro da Cultura da CME).
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“PINTURA DE RUI ALVES” é a Exposição, que desde 31 de Outubro e até ao até ao próximo dia 5 de Dezembro, estará patente ao público, na Sala de Exposições do Centro Cultural de Estremoz.
O certame, da iniciativa da Associação Filatélica Alentejana e que conta com o apoio da Câmara Municipal, é constituída por trinta e cinco trabalhos de acrílico sobre tela, onde o tema dominante é o Alentejo que viu o artista nascer: gente, casarios e paisagens.
Pintura a espátula saída das mãos de quem também é escultor. Pintura que esculpe casas na paisagem alentejana, memória e saudade dum Alentejo onde nasceu e que tem a ver com o mais profundo do seu ser. Quadros que são a imagem do seu e do nosso Alentejo, filtrado através do seu olhar de artista, a partir do qual faz o registo conjugado dos volumes, das formas, das cores e das texturas, em tudo aquilo que toca a sua e a nossa alma.
Rui Alves nasceu em Estremoz em 1956, tem o Curso de Artes Gráficas da Escola António Arroio e desde 1975 que trabalha em Cinema, Fotografia, Teatro, Publicidade, Adereços, Decoração, Efeitos Especiais e é claro, Pintura e Escultura.
No presente ano já expôs na Freguesia de São João de Brito (Lisboa), Sociedade Recreativa e Dramática Eborense (Évora), Círculo Experimental de Teatro de Aveiro (Aveiro) e Espaço Nimas (Lisboa).
À “vernissage” compareceram mais de seis dezenas de amigos e admiradores, que assim lhe quiseram testemunhar o elevado apreço em que têm o seu trabalho.


 Francisca de Matos, recitando Miguel Torga.
António Simões dizendo-se a si próprio.
Um aspecto do público.
 
 CEIFEIRA. Acrilico sobre tela (126 x 126 cm).
 ROSTO. Acrilico sobre tela (50 x 70 cm).
 CASAS. Acrilico sobre tela (71 x 56 cm).
HORIZONTE. Acrilico sobre tela (60 x 80 cm).
MONTE. Acrilico sobre tela (50 x 70 cm).

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

JORGE BRANCO NO CENTRO CULTURAL DE ESTREMOZ

Estremoz I – 2010 – 21x27 cm – Tinta da China sobre papel vegetal

LABIRINTOS E GALÁXIAS” é a Exposição de Jorge Branco a abrir no próximo dia 18 de Setembro (sábado), pelas 17 horas, na Sala de Exposições do Centro Cultural Dr. Marques Crespo, na Rua João de Sousa Carvalho, em Estremoz.
A Exposição, da iniciativa da Associação Filatélica Alentejana e que conta com o apoio da Câmara Municipal de Estremoz, é constituída por 33 desenhos a tinta-da-china, tinta estilográfica e esferográfica, sobre papel.
Jorge Branco é natural de Lisboa, onde nasceu em 1930. Geofísico de profissão, trabalhou de 1957 a 1959, em Luanda (Angola), na qualidade de membro do Serviço Meteorológico Nacional. Regressado a Lisboa, mantém-se neste Serviço até 1966, ano em que ingressa no Centro de Cálculo Cientifico do Instituto Gulbenkian de Ciência, onde trabalhou até à sua aposentação em 1986.
Fascinado pelo Alentejo, fixou-se nesta data, nos arredores de Estremoz, cidade que o recebeu de braços abertos e onde de uma forma consequente tem participado em actividades cívicas e associativas.
Espírito de fineza, polifacetado, jornalista e escritor com obra publicada, tem efectuado também incursões em múltiplas áreas do seu eclético interesse: artes plásticas, etnografia, ecologia, coleccionismo, caminhos-de-ferro, etc., na ânsia de percorrer memórias que têm a ver com o mais profundo do seu ego.
Jorge Branco já trabalhou a aguarela e o óleo, mas actualmente, a sua actividade artística centra-se na pirogravura e no desenho.
Na sua opinião, o acto de criação artística é possivelmente uma catarse, a satisfação de necessidades instintivas ou muito recalcadas. Por isso, quando cria, sente satisfação plena.
Não tem preferência por qualquer material ou cor. Para ele, o acto criativo é uma mistura em doses variáveis de autobiografia, onirismo e recriação mais ou menos inconsciente, daquilo que o seu olhar captou.
Sem qualquer formação académica no campo artístico, frequentou, todavia, um curso de gravura, leccionado por Alice Jorge, João Hogan e Júlio Pomar, que o familiarizaram com as técnicas e os materiais. Por isso, não tem qualquer preocupação com a composição ou a gestão do espaço, o que lhe permite trabalhar muito espontaneamente. Dá toda a importância às exposições, já que na sua óptica, é através delas que o criador pode dar às suas obras o verdadeiro destino, que é o de serem conhecidas e apreciadas pelo público.
Em termos de actividades exposicionais, são de salientar as seguintes:
1958 - Exposição Colectiva na Sociedade Cultural de Angola, Luanda;
2006 - Exposição Individual de Pirogravuras, Galeria D. Diniz, Estremoz;
2007 - Exposição Colectiva Estremoz-Artes;
2007 – Exposição Colectiva do Rotary Clube de Estremoz, Hotel Pateo dos Solares;
2008 - Exposição Colectiva do Rotary Clube de Estremoz, Centro Cultural Dr. Marques Crespo;
2009 - Exposição Colectiva do Rotary Clube de Estremoz, Hotel Pateo dos Solares;
A Exposição “LABIRINTOS E GALÁXIAS”, estará patente ao público no Centro Cultural Dr. Marques Crespo, até 16 de Outubro, podendo ser visitada de 3ª feira a sábado, entre as 9 e as 12 h 30 min e entre as 14 e as 17 h e 30 min.
Uma exposição a granjear certamente a visitação de todos nós.

Hernâni Matos
(Publicado também em ESTREMOZ NET)

Estremoz, Rua Direita I – 2007 – 31x23 cm – Tinta estilográfica sobre papel

A Cidade Estrangulada – 2010 – 25x20 cm – Tinta estilográfica sobre papel vegetal
Securas – 1963 – 20x15 cm – Tinta da China sobre papel


Galáxia – 1965 – 20,5x29,5 cm - Tinta da China sobre papel     
                             

terça-feira, 29 de junho de 2010

27º Aniversário da Associação Filatélica Alentejana


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A Associação Filatélica Alentejana (AFA) assinala no próximo sábado, dia 3 de Julho, os seus 27 anos de existência, inaugurando pelas 12 horas, na Sala de Exposições do Centro Cultural Dr. Marques Crespo, em Estremoz, o Salão Filatélico FILAMOZ 2010. Esta Mostra é constituída por 30 participações de um quadro das diferentes classes filatélicas, pertencentes a filatelistas de todo o país, que irão disputar entre si a posse do TROFÉU DR. ANÍBAL QUEIROGA 2010. O vencedor será o expositor que receber mais votos do público. A votação decorrerá entre as 12 e as 13 horas, sendo sorteado um brinde surpresa entre todos os participantes na votação.

Um aspecto do Salão Filatélico FILAMOZ no ano passado
(Fotografia de José Cartaxo)

No local funcionará também um posto de correio provido de carimbo comemorativo, representando o distinto filatelista eborense Dr. Aníbal Queiroga, já falecido. Será emitido um selo personalizado com o seu busto, desenhado pelo Dr. Jorge Branco e editado um postal máximo triplo, que é simultaneamente um inteiro postal repicado.

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Pelas 13 h 30 min terá lugar o almoço comemorativo do 27º Aniversário da AFA, no Até Jazz Café.

Um aspecto do almoço de aniversário no ano passado
(Fotografia de José Cartaxo)

No final do almoço será entregue o TROFÉU DR. ANÍBAL QUEIROGA 2010, ao respectivo vencedor. Será ainda entregue o TROFÉU AFA PARA 2010 ao associado João Soeiro, que pela sua acção pessoal tem prestado serviços relevantes à Filatelia Portuguesa, contribuindo para o seu desenvolvimento em Portugal e no Estrangeiro. Como expositor tem construído excelentes participações, das quais se destacam "Correio Aéreo Português", "Emissões Marquez de Pombal" e "Emissões Independência de Portugal - 1926, 1927 e 1928". Como jornalista filatélico é autor de inúmeros artigos de Aerofilatelia e publicou em 1997, o livro “Notas Sobre o Correio Aéreo Português". Como organizador tem dado forte contributo para as grandes exposições realizadas em Évora pela "Confraria Timbrológica Meridional - Armando Álvaro Boino de Azevedo", de que é Presidente desde a sua fundação.
Membro da Direcção da FPF, que lhe outorgou em 2004 a Ordem de Mérito Filatélico, é Jurado Nacional do Quadro da FPF, nas classes de Aerofilatelia, Juventude e Filatelia Tradicional . A nível FIP é Delegado de Astrofilatelia e Jurado de Aerofilatelia.
O Troféu AFA é constituído pelo "PASTOR ALENTEJANO", peça da barrística popular estremocense da autoria das Irmãs Flores.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

"DEFESA DO PATRIMÓNIO" no Centro Cultural de Estremoz

O Palácio dos Marqueses de Praia e Monforte, onde funcionou durante muitos anos o Círculo Estremocense está em degradação acelerada.
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CONVITE
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A Direcção da Associação Filatélica Alentejana tem o grato prazer de convidar Vª Eª a honrar-nos com a sua presença na inauguração da exposição de fotografia “DEFESA DO PATRIMÓNIO”, a ter lugar pelas 17 horas de sábado, dia 15 de Maio de 2010, no Centro Cultural Dr. Marques Crespo, na Rua João de Sousa Carvalho, em Estremoz.

(Presidente da AFA)

Publicado também em

quinta-feira, 4 de março de 2010

O TRAJE POPULAR ALENTEJANO


A Exposição, da iniciativa da Associação Filatélica Alentejana e com o apoio da Câmara Municipal de Estremoz, é constituída por cerca de cinquenta fotografias de grande formato, que num relance visual procuram dar uma visão sintética do que foi o traje popular alentejano na primeira metade do século XX. Na exposição é possível apreciar como eram os trajes usados nas fainas agro-pastoris por camponeses, semeadores, mondadeiras, ceifeiros, guardas de herdades, pastores, porqueiros, tiradores de cortiça, vindimadores, azeitoneiros, carreiros, manteeiros, etc. Na Exposição é possível ainda apreciar o traje usado por homens e mulheres, no seu dia-a-dia nos centro urbanos, bem em como em ocasiões especiais como as festas cíclicas ou a ida a romarias.
O traje alentejano é rico e diversificado, quer seja usado por homem ou mulher, estando em relação directa com a posição de cada um na escala social e com as tarefas diárias desempenhadas.
Ao surgir como produto natural do meio, isto é, de quanto dentro e à volta do homem existe, o trajo popular tem a ver com a nossa identidade cultural, a qual mais do que nunca interessa preservar.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

TRAVESSIA - Exposição de Pintura de Fátima Franco


INFORMAÇÃO

Por motivos de ordem técnica, houve que cancelar a inauguração de TRAVESSIA - Exposição de Pintura de Fátima Franco, a ter lugar pelas 17 horas, de sábado dia 13 de Fevereiro de 2010, no Centro Cultural Dr. Marques Crespo, na Rua João de Sousa Carvalho, em Estremoz.
Do facto, pedimos imensa desculpa.
Hernâni Matos
(Presidente da Associação Filatélica Alentejana)

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Fátima Franco no Centro Cultural de Estremoz


“TRAVESSIA” é a exposição a inaugurar no próximo dia 13 de Fevereiro (sábado), pelas 17 horas, na Sala de Exposições do Centro Cultural Dr. Marques Crespo, na Rua João de Sousa Carvalho, em Estremoz.
A Exposição, da iniciativa da Associação Filatélica Alentejana e com o apoio da Câmara Municipal de Estremoz, é constituída por duas Secções, unificadas entre si pela cor, forma e movimento, sendo a primeira intitulada “PRELÚDIOS” composta por 13 telas em acrílico às quais correspondem 13 poemas impressos sobre tela e a segunda intitulada “ANÉIS DO TEMPO”, perfazendo o total 49 telas.
Fátima Franco nasceu na cidade de Évora. É professora universitária doutorada em Literatura Francesa. A par das suas actividades docentes, dedica-se à criação literária e à pintura. Neste último campo é auto-didacta, uma vez que não desenvolveu a aprendizagem pelo ensino formal. Guia-a uma procura da metáfora luminosa, farol permanente na criação e na vida.
Segundo Fátima Franco, a “Criação é uma lua em quarto crescente que sobrevive aos fantasmas da noite escura; escapa à perseguição do absorto dilema de encontrar a palavra e a cor certas devorando a angústia estéril dos enigmas. Voa acima de todas as formas e liberta sons de harpa silenciosa em prefigurações do inatingível eco.
Letra e Cor permanecem invisíveis na sua sombra oculta, sobrevivem à pressão de todos os limites, libertam a vida dos caudais de gelo, escondem archotes ardentes, bebem a vertigem da alma em tragos lentos e acendem cada centelha do tempo nas constelações vivas do corpo.
Letras e Cores não morrem nunca; inspiram sons, aromas, imagens, abrigam metáforas adormecidas, anseiam o leito sedoso de um rio tranquilo, são mar aceso sempre em busca de planos mais altos. Em uníssono, recolhem deambulações de fragmentos, transportam resíduos de obras sonhadas, desvelam mundos soltos e luminosos, criam sonhos, acendem lágrimas, sopram risos. Por vezes, deixam um selo na garganta com a lavra penetrante da alma viva, levam resina à polpa dos dedos que se abrem aos traços misteriosos e errantes de cada ímpeto.
A Criação em quarto crescente senta-se nas nuvens etéreas das letras e das cores, habita um céu liberto de convenções comedidas ou aprisionadas em folhas ou telas e liberta-se das marés-cheias de gramáticas regulares. Assim evita o temível susto de chegar à obra perfeita pela perpétua procura da metáfora luminosa…”
A Exposição “TRAVESSIA” é uma Exposição a merecer seguramente a visita de todos nós.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

ARTE CONVENTUAL - O FALAR DAS MÃOS DE GUILHERMINA MALDONADO




Guilhermina Maldonado é uma artesã multifacetada cuja actividade se distribui entre outras artes pela criação de registos – bentinhos e lâminas, assim como de maquinetas.
Registos contendo gravuras representando Santos ou Passos das Sagradas Escrituras e que dependurados nas paredes dos quartos, mais que objectos decorativos, são objectos de veneração e de oração dos fiéis.
Maquinetas contendo imagens devotas que são objectos de Culto ou encerram Presépios, através dos quais se evoca ciclicamente o nascimento de Cristo Salvador.
E o que é um registo? E o que é uma maquineta?
A designação de “registo” engloba ícones religiosos gravados em madeira, cobre, ou pintados sobre pergaminho, tecido ou papel ou impressos litograficamente.
Os de pequenas dimensões, além de relembrarem o dia festivo do Santo Protector, serviam para marcar uma dada passagem no missal ou noutro livro qualquer.
Independentemente das suas dimensões, os registos começaram a ser usados no século XVIII para emolduramentos conhecidos por “bentinhos”, designação que também abrange saquinhos de pano, bentos, que se usavam ao pescoço por debaixo da camisa, contendo papeis com orações, relíquias ou outros objectos de devoção.
Filha de uma mãe exímia e assombrosa na arte do papel recortado e sobrinha do antiquário Venceslau Lobo, Guilhermina Maldonado, nasceu em Estremoz, na freguesia de Santo André, no ano de 1937. Desde muito cedo, conviveu com registos, bentinhos, lâminas e maquinetas. Depois do casamento com o lavrador Luis Maldonado, foi morar para um monte, onde a necessidade de combater o isolamento, a levou a ocupar o tempo de maneira criativa.
Os trabalhos da mãe e a loja do tio que sempre a fascinou, emergiram então na sua memória, levando-a a recriar registos, a partir dos que já conhecia, sem necessitar de qualquer aprendizagem.
Prendada com uma vontade férrea e uma paciência sem limites, a elas soube aliar o prazer de criar, o que faz com uma imaginação espantosa, ainda que temperada pelo rigor e pela procura incessante da delicadeza, perfeição e harmonia, com requintes de minúcia, que são o seu timbre. Dotada de rara sensibilidade artística, das suas mãos de ouro, saem entre outras, inúmeras peças ao gosto conventual do século XVVIII, com um destaque muito especial para os registos e maquinetas ricamente trabalhados.
Desde a sua primeira exposição, ocorrida em 1987 na Galeria de Exposições Temporárias do Museu Municipal de Estremoz, que o seu trabalho foi publicamente reconhecido, passando a receber antiquíssimos registos e maquinetas para restaurar, bem como encomendas para criar novos trabalhos.
Como matérias-primas, Guilhermina Maldonado utiliza papéis coloridos (simples ou metalizados), tecidos (lisos ou lavrados), galões, fitas de algodão e seda, laços, bordados a linha de vários matizes ou de fio prateado ou dourado, bem como pérolas, coral, lantejoulas, vidrilhos, missangas e contas das mais variadas cores. Utiliza também o barro, o miolo de sabugueiro, flores naturais, escamas de peixe ou cascas de árvore. Igualmente utiliza o cartão e o vidro.
As ferramentas utilizadas são as mais diversas: tesoura, lâminas, agulhas, teques, bastidores, pincéis e utensílios improvisados.
Nos bentinhos, a estampa começa por ser colada num cartão que é forrado com tecidos ricos e decorado com lantejoulas, vidrilhos ou papéis coloridos, entre outros materiais.
Guilhermina Maldonado domina e utiliza as múltiplas técnicas de trabalhar o papel: dobragem, vincagem, corte, recorte, enrolamento e picotagem. Com a ajuda da tesoura e da pinça, corta finamente o papel e enrola-o, compondo folhas, pétalas e caules finíssimos, assim como transforma retalhos de papel em preciosos bordados e rendas.
Na decoração é por vezes utilizado canotilho de ouro ou prata e bordados a fio de ouro e prata. Só depois a estampa é emoldurada com uma moldura ricamente trabalhada.
A geometria das molduras é variada: rectangular, quadrada, circular, oval, ogival, cruciforme, cuneiforme ou de contorno misto. A estampa em vez de ser emoldurada, pode ser montada numa caixa pacientemente armada em vidro, também ela de geometria variável, com as lâminas de vidro guarnecidas a papel, tecido, fitas de seda ou de algodão. Estamos então em presença de “lâminas”. Nelas, a dado momento, a estampa começou a ser substituída, por vezes, por pequenas esculturas de barro policromado, cera, marfim ou alguma massa de segredo conventual.
Além de registos – bentinhos e lâminas, Guilhermina Maldonado também executa “maquinetas”, que são caixas envidraçadas onde se expõem imagens devotas como o Menino Jesus ou cenas do Presépio. Os materiais e as técnicas são semelhantes aos dos registos, só que as caixas agora têm maior volume. Guilhermina Maldonado começou por montar maquinetas com figuras modeladas por outros, mas actualmente é ela própria que modela e decora as figuras das suas maquinetas.
Guilhermina Maldonado participa desde sempre na Feira de Artesanato de Estremoz, a qual constitui na sua opinião, a melhor forma de divulgação do seu trabalho. É lá que recebe grande parte das encomendas de clientes que ficaram seduzidos pelo seu trabalho.
Dentre as Exposições realizadas, destacamos entre outras:
- REGISTOS (Exposição Colectiva), Museu Municipal de Estremoz, Março - Abril de 1986;
- ARTE CONVENTUAL (Exposição Individual), Galeria de Exposições Temporárias do Museu Municipal de Estremoz, Dezembro de 1987- Janeiro de 1988;
- Exposição colectiva, Portalegre, Maio de 1992.
- GUILHERMINA MALDONADO E O FALAR DAS MÃOS (Exposição Individual), Câmara Municipal do Alandroal, Dezembro de 1995.
- ARTE CONVENTUAL (Exposição Individual), Escola Secundária de Estremoz, Dezembro de 1999.
A continuidade da sua Arte foi uma questão que sempre a preocupou. Estela Marques Barata foi a colaboradora a quem transmitiu os seus saberes.
Vivemos numa época pautada pela exaltação dos valores materiais e pela globalização, ambos conducentes à insensibilidade artística e ao cinzentismo da perda de identidade cultural. Por isso é preciso cavar trincheiras e cerrar fileiras em tomo do que mais puro e genuíno tem a Cultura Popular, nas suas mais diferentes vertentes. Dai que procuremos transmitir às novas gerações, valores e estéticas, que sendo populares e regionais, são simultaneamente universais e intemporais.
Esse o sentido da presente Exposição, onde a paciência, o requinte, a delicadeza, a sensibilidade e a mensagem de Paz e Harmonia sempre presentes, nos fazem render à Arte de Guilhermina Maldonado.