segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Fátima Franco no Centro Cultural de Estremoz


“TRAVESSIA” é a exposição a inaugurar no próximo dia 13 de Fevereiro (sábado), pelas 17 horas, na Sala de Exposições do Centro Cultural Dr. Marques Crespo, na Rua João de Sousa Carvalho, em Estremoz.
A Exposição, da iniciativa da Associação Filatélica Alentejana e com o apoio da Câmara Municipal de Estremoz, é constituída por duas Secções, unificadas entre si pela cor, forma e movimento, sendo a primeira intitulada “PRELÚDIOS” composta por 13 telas em acrílico às quais correspondem 13 poemas impressos sobre tela e a segunda intitulada “ANÉIS DO TEMPO”, perfazendo o total 49 telas.
Fátima Franco nasceu na cidade de Évora. É professora universitária doutorada em Literatura Francesa. A par das suas actividades docentes, dedica-se à criação literária e à pintura. Neste último campo é auto-didacta, uma vez que não desenvolveu a aprendizagem pelo ensino formal. Guia-a uma procura da metáfora luminosa, farol permanente na criação e na vida.
Segundo Fátima Franco, a “Criação é uma lua em quarto crescente que sobrevive aos fantasmas da noite escura; escapa à perseguição do absorto dilema de encontrar a palavra e a cor certas devorando a angústia estéril dos enigmas. Voa acima de todas as formas e liberta sons de harpa silenciosa em prefigurações do inatingível eco.
Letra e Cor permanecem invisíveis na sua sombra oculta, sobrevivem à pressão de todos os limites, libertam a vida dos caudais de gelo, escondem archotes ardentes, bebem a vertigem da alma em tragos lentos e acendem cada centelha do tempo nas constelações vivas do corpo.
Letras e Cores não morrem nunca; inspiram sons, aromas, imagens, abrigam metáforas adormecidas, anseiam o leito sedoso de um rio tranquilo, são mar aceso sempre em busca de planos mais altos. Em uníssono, recolhem deambulações de fragmentos, transportam resíduos de obras sonhadas, desvelam mundos soltos e luminosos, criam sonhos, acendem lágrimas, sopram risos. Por vezes, deixam um selo na garganta com a lavra penetrante da alma viva, levam resina à polpa dos dedos que se abrem aos traços misteriosos e errantes de cada ímpeto.
A Criação em quarto crescente senta-se nas nuvens etéreas das letras e das cores, habita um céu liberto de convenções comedidas ou aprisionadas em folhas ou telas e liberta-se das marés-cheias de gramáticas regulares. Assim evita o temível susto de chegar à obra perfeita pela perpétua procura da metáfora luminosa…”
A Exposição “TRAVESSIA” é uma Exposição a merecer seguramente a visita de todos nós.

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