sábado, 19 de novembro de 2011

IRMÃS FLORES – A MAGIA DOS BONECOS DE ESTREMOZ 

“ALENTEJO DO PASSADO” é o tema integrador da exposição de barrística popular estremocense, inaugurada dia 19 de Novembro, na Sala de Exposições do Centro Cultural Dr. Marques Crespo, em Estremoz. A iniciativa foi da Associação Filatélica Alentejana e contou com o apoio da Câmara Municipal de Estremoz.
A exposição integra 76 bonecos que as Irmãs Flores criaram com a magia das suas mãos e o fascínio das suas cores. A salientar que com vista à exposição, foram criados 34 novos bonecos que assim vêm enriquecer e de que maneira, a barrística popular estremocense.
A exposição que estará patente ao público até ao dia 14 de Janeiro de 2012, pode ser visitada de 3ª feira a sábado, entre as 9 e as 12,30 horas e entre as 14 e as 17,30 horas.
Uma exposição cuja visita se recomenda vivamente.
VENDEDORA DE CRIAÇÃO A CAMINHO DO MERCADO
Boneco de Estremoz da autoria das Irmãs Flores

Bonecos de Estremoz
Uma das coisas que colecciono, são bonecos de Estremoz, os quais têm duplamente a ver com a minha identidade cultural, estremocense e alentejana. Bonecos que antes de tudo são arte popular, naquilo que de mais nobre, profundo e ancestral, encerra este exigente conceito estético-etnológico.
Bonecos moldados pelas mãos do povo, a partir daquilo que a terra dá - o barro com que porventura Deus terá modelado o primeiro homem e as cores minerais já utilizadas pelos artistas rupestres de Lascaux e Altamira no Paleolítico, mas aqui garridas e alegres, como convém às claridades do Sul.
É vasta e diversificada a galeria dos bonecos de Estremoz. Reflexo afinal da riqueza do imaginário popular, que procura retratar a realidade local e regional, não só quando os bonecos se destinam a um uso específico (figuras de presépio, imagens religiosas, apitos, ganchos de meia, etc.), como e tão só a uma finalidade decorativa.
Todos os bonecos de Estremoz possuem um forte registo de uma dada época. As imagens religiosas, pelo detalhe e riqueza do traje reproduzem as esculturas sagradas barrocas, objecto de culto nas nossas igrejas e conventos. Por sua vez, as imagens profanas, possuem um rigoroso registo etnográfico do traje. Na minha condição de etnólogo amador e auto-didacta, o registo etnográfico das imagens profanas e em particular dos personagens da faina agro-pastoril, será porventura, o mais forte atractivo dos bonecos de Estremoz.

Irmãs Flores
Visito com frequência a oficina-loja das irmãs Flores, no Largo da República, em Estremoz, fascinado pela magia emergente das suas mãos de barristas populares. As irmãs Flores, Maria Inácia e Perpétua, de seus nomes, discípulas de mestra Sabina Santos, com ela aprenderam a nobre arte do barro e com ela aprenderam a respeitar o que de mais genuíno têm os bonecos de Estremoz, no que respeita a modelos e tipos característicos, formas, cores e tintas. Mas, também e simultaneamente criaram novos modelos e apostaram em novos tamanhos, que têm vindo a enriquecer a vastíssima galeria de modelos de bonecos de Estremoz. São de sua criação há muito, bonecos como “Senhora a ler”, “A filatelia”, “O farmacêutico”, “A cozinha dos ganhões”, “A florista”, “O Rancho do acabamento”, “Cristo na cruz”, “Camponês rico“, bem como novos modelos de presépio. Naturalmente que continuam a executar modelos tradicionais, como “Primaveras”, “O amor é cego”, “Púcaros”, “Cantarinhas”, “Peraltas“, “Cavaleiros”, “Pastores”, “Ceifeiras”, “Negros floristas”, etc., pois a imaginária popular é vasta.

Irmãs Flores no Centro Cultural
“ALENTEJO DO PASSADO” é o tema integrador da exposição de barrística popular estremocense, agora inaugurada na Sala de Exposições do Centro Cultural Dr. Marques Crespo, em Estremoz.
A exposição integra 76 bonecos que as Irmãs Flores criaram com a magia das suas mãos e o fascínio das suas cores. A exposição está estruturada em 8 grandes áreas que visam dar uma visão do Alentejo do passado: Pastorícia, Colecta, Ciclo do pão, Ciclo do azeite, Ciclo do vinho, Tiragem da cortiça, Na horta, Na cidade.
De salientar que com vista à exposição, foram criados 34 novos bonecos que assim vêm enriquecer e de que maneira, a barrística popular estremocense. São eles: Pastor a fazer colher, Ordenha de ovelhas, Tosquia de ovelhas, Roupeiro a caminho da rouparia, Ordenha de vacas, Porqueiro, Lavrador a cavalo, Semeador, Ganhão a lavrar, Mondadeira a mondar, Ceifeiro, Carreteiro transportando molhos de trigo, Debulha com trilho numa eira, Carreteiro transportando sacos de trigo, Moleiro no moinho, Varejador, No rabisco, Juntando a azeitona, Vindimadora a vindimar, Vindimador a carregar cesto com uvas, Transporte de uvas no tino, Adegueiro, Tirador de cortiça, Empilhador, Carrada de cortiça, Hortelão, Hortelão a caminho do mercado, Peixeiro, Talhante, Ervanário, Brinholeira, Mulher ao pé do poço, Mulher acarretando água, Família a comer.
Há semelhança do que se passou com as suas exposições “TRAJE POPULAR PORTUGUÊS”(2007) e “BONECOS DA GASTRONOMIA” (2009 e 2010), houve novamente uma mudança de paradigma. Estamos em presença de barrística popular do mais alto nível, que regista com rigor e fidelidade o que eram as fainas agro-pastoris do Alentejo d’antanho, bem como a vida na cidade, até cerca de meados do século XX.
As Irmãs Flores estão de parabéns, pois sem se afastarem um milímetro sequer dos cânones tradicionais da barrística popular estremocense, têm sabido inovar, criando novos públicos com apetência por aquilo que é diferente dentro do tradicional. E elas estão no caminho certo, pois se a sua mestria é pautada, por um lado, pela mais estrita fidelidade aos materiais, à tecnologia e às cores, não deixam todavia de manifestar inquietude que se expressa na criação de novos modelos de figurado, que têm a ver com a nossa identidade cultural, local e regional. Por isso são embaixatrizes de vanguarda da nossa arte popular trantagana e a comunidade estremocense revê-se com enlevo na elevada qualidade artística do seu trabalho, o que aqui se testemunha, por ser uma verdade insofismável.
Bem hajam pois, pelo deleite de espírito que nos proporcionaram com esta exposição e que muito contribui para o reforço da identidade cultural alentejana.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Pintura de Rui Alves no Centro Cultural de Estremoz

Da esquerda para a direita, Hernâni Matos (presidente da AFA), Rui Alves (Pintor) e José Trindade (Vereador do Pelouro da Cultura da CME).
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“PINTURA DE RUI ALVES” foi a Exposição, que de 31 de Outubro a 5 de Dezembrode 2010, esteve patente ao público, na Sala de Exposições do Centro Cultural de Estremoz.
O certame, da iniciativa da Associação Filatélica Alentejana e que contou com o apoio da Câmara Municipal, foi constituída por trinta e cinco trabalhos de acrílico sobre tela, onde o tema dominante era o Alentejo que viu o artista nascer: gente, casarios e paisagens.
Pintura a espátula saída das mãos de quem também é escultor. Pintura que esculpe casas na paisagem alentejana, memória e saudade dum Alentejo onde nasceu e que tem a ver com o mais profundo do seu ser. Quadros que são a imagem do seu e do nosso Alentejo, filtrado através do seu olhar de artista, a partir do qual faz o registo conjugado dos volumes, das formas, das cores e das texturas, em tudo aquilo que toca a sua e a nossa alma.
Rui Alves nasceu em Estremoz em 1956, tem o Curso de Artes Gráficas da Escola António Arroio e desde 1975 que trabalha em Cinema, Fotografia, Teatro, Publicidade, Adereços, Decoração, Efeitos Especiais e é claro, Pintura e Escultura.
Em 2010 já expusera na Freguesia de São João de Brito (Lisboa), Sociedade Recreativa e Dramática Eborense (Évora), Círculo Experimental de Teatro de Aveiro (Aveiro) e Espaço Nimas (Lisboa).
À “vernissage” compareceram mais de seis dezenas de amigos e admiradores, que assim lhe quiseram testemunhar o elevado apreço em que têm o seu trabalho.
De então para cá, Rui Alves soma e segue.


 Francisca de Matos, recitando Miguel Torga.
António Simões dizendo-se a si próprio.
Um aspecto do público.
 
 CEIFEIRA. Acrilico sobre tela (126 x 126 cm).
 ROSTO. Acrilico sobre tela (50 x 70 cm).
 CASAS. Acrilico sobre tela (71 x 56 cm).
HORIZONTE. Acrilico sobre tela (60 x 80 cm).
MONTE. Acrilico sobre tela (50 x 70 cm).

quinta-feira, 24 de março de 2011

Cristina Malaquias no Centro Cultural de Estremoz


Soprados” é o título da Exposição de aguarelas de Cristina Malaquias, a inaugurar pelas 17 horas do próximo sábado, dia 2 de Abril, Sala de Exposições do Centro Cultural Dr. Marques Crespo, na Rua João de Sousa Carvalho, em Estremoz.
Cristina Malaquias que há cerca de 20 anos está radicada entre nós, tem um extenso currículo como ilustradora de livros escolares e infanto-juvenis. Tem igualmente exposto, um pouco por todo o país e também pelo estrangeiro.
Data de 2008, a sua última exposição individual de “Ilustração e Desenho” no Centro Cultural. Desta feita, a artista apresenta cerca de quatro dezenas de aguarelas executadas com uma técnica de sua criação.
Visionária na concepção e perfeccionista no acto de criação, a artista é uma permanente insatisfeita na procura de novos caminhos e na descoberta de técnicas que potenciem a sua visão mágica das coisas. Dela disse Hernâni Matos, no catálogo da exposição anterior: “Um olhar fotográfico que regista a imagem e dela a forma, a volumetria, a medida, a profundidade, o cor, a textura, o contraste, a luminosidade e o brilho. Mãos solidárias e cúmplices com a folha de papel que tacteiam, exploram, afagam e fecundam, ora energicamente ora duma forma mais pausada, mas sempre com o doçura própria de quem ama.”
A exposição que é da iniciativa da Associação Filatélica Alentejana, estará patente ao público até ao próximo dia 4 de Junho.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

AS MULHERES DO MEU PAÍS

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CONVITE
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A Direcção da Associação Filatélica Alentejana tem o grato prazer de convidar Vª Exª a honrar-nos com a sua presença na inauguração da exposição “AS MULHERES DO MEU PAÍS”, a ter lugar pelas 17 horas de sábado, dia 12 de Fevereiro de 2011, no Centro Cultural Dr. Marques Crespo, na Rua João de Sousa Carvalho, em Estremoz.
No final será servido um cocktail.